A tragédia no Elevador da Glória, tradicional ponto turístico de Lisboa, foi provocada pela “desconexão do cabo entre as duas cabines”, de acordo com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), em nota divulgada neste sábado, 06. Relatório sobre o acidente, que matou 16 pessoas na última quarta-feira, aponta que o sistema havia passado, naquela manhã, por uma “inspeção visual programada”. No entanto, não foi detectada “nenhuma anomalia no cabo” na ocasião. A informação tem gerado uma onda de críticas na capital portuguesa.
O drama dos passageiros durou 50 segundos, de acordo com o jornal Público. O guarda-freios – pessoa que conduz o bondinho – acionou o freio pneumático e o freio manual, mas não conseguiu parar o elevador, que desceu desgovernado pela calçada. O órgão que cuida das investigações, ligado ao Ministério das Infraestruturas, diz que “os freios não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabines em movimento” sem que elas estejam “mutuamente equilibradas através do cabo de ligação”.
O Elevado da Glória, um dos veículos históricos da capital portuguesa, data do fim do século XIX. Depois da tragédia de quarta, o presidente da Câmara Municipal de Liboa, Carlos Moedas, mandou suspender a circulação de todos os funiculares do tipo. Na lista de mortos, há cinco portugueses; três britânicos; dois sul-coreanos; dois canadenses; um suíço; um ucraniano; um americano e um francês. Outras 23 pessoas ficaram feridas, e algumas continuam internadas em estado grave. Dois brasileiros sofreram ferimentos leves, e uma brasileira precisou ser internada.