O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (12) que não há relação entre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e o tarifaço promovido pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“Olha, não há nenhuma relação entre decisão do poder Judiciário e política regulatória. Imposto de importação e exportação é política regulatória. Não há relação entre uma coisa e outra”, disse a jornalistas após participação no 1º Congresso Datagro Prefeitos do Agro, em Sorriso (MT)
Segundo Alckmin, o governo Lula mantém o compromisso com o diálogo e segue em negociação para reduzir barreiras comerciais.
A condenação de Jair Bolsonaro pelo STF provocou reação imediata nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump afirmou estar “surpreso” e “descontente” com a decisão.
Em entrevista a jornalistas na quinta-feira (11), após a condenação, Trump elogiou Bolsonaro e disse que a prisão foi “muito parecida com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”.
A posição do governo norte-americano também veio à tona. O secretário do Departamento de Estado, Marco Rubio, prometeu uma resposta “adequada” ao julgamento, que classificou como “caça às bruxas”. Em redes sociais, ele atacou o ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes do STF.
Em Mato Grosso, Alckmin ainda voltou a dizer que a tarifa média brasileira sobre produtos norte-americanos é de apenas 2,7% e que oito dos dez itens mais exportados pelos EUA para o Brasil já entram com alíquota zero.
O vice-presidente lembrou ainda que houve avanços recentes, como a exclusão da celulose da tarifa de 10% e a adesão internacional à Seção 232, que reduziu perdas de competitividade do aço e do alumínio brasileiros.
“O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Pelo contrário, ajuda a balança comercial americana. Entre os 20 maiores PIBs do mundo, só três dão superávit aos EUA: Brasil, Reino Unido e Austrália. E vamos trabalhar para excluir mais setores e reduzir essa alíquota”, afirmou.
Para compensar os impactos do chamado “tarifaço”, que elevou em até 50% a taxação sobre alguns produtos, o governo anunciou crédito de R$ 40 bilhões — R$ 30 bilhões do governo e R$ 10 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) — com juros de 7% a 9%, estímulo a compras governamentais de pescado, frutas, carne e café, além da prorrogação do drawback por um ano e reintegro de 3% sobre exportações.
Alckmin também ressaltou a importância da abertura de novos mercados, citando a entrada de farinha bovina e suína no México e a viagem programada à Índia em 15 dias.
“Nós estamos trabalhando para resolver essa questão permanentemente e acreditamos que é possível avançar”, concluiu.
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