A Polícia Federal finalizou nesta segunda-feira (21) o laudo pericial sobre o pen drive apreendido na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. O dispositivo foi confiscado durante operação realizada na última sexta-feira (18), que também incluiu mandados de busca em endereços ligados ao Partido Liberal. Segundo a análise feita em laboratório especializado, o pen drive não continha informações relevantes para a investigação em curso.
Investigações em andamento
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), investiga uma suposta tentativa de coação ao sistema de Justiça brasileiro, que envolveria Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A PF apura se houve ameaça ao Estado Democrático de Direito após os resultados das eleições de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Declaração de Bolsonaro
Em depoimento à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro alegou não saber a origem do pen drive. Segundo ele, o objeto foi entregue por uma pessoa que estava em sua casa e pediu para usar o banheiro. “Nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pen drive”, afirmou.

Outros materiais apreendidos
Além do pen drive, os agentes federais recolheram R$ 8.000 em espécie, US$ 14.000 em dólares e uma cópia impressa de um processo judicial norte-americano. Este último envolve a plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media & Technology Group (TMTG), que contestam decisões do ministro Moraes.
Medidas judiciais e condenações
Bolsonaro foi submetido a medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu sua condenação, afirmando que ele teria contribuído para o caos social pós-eleições. Se condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e outros, poderá cumprir pena superior a 40 anos.
Inelegibilidade
O ex-presidente já foi declarado inelegível até 2030, em decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o período eleitoral.
Nota da defesa
Em comunicado oficial, os advogados de Bolsonaro criticaram a severidade das medidas impostas e afirmaram que o ex-presidente sempre respeitou as decisões judiciais. A equipe jurídica aguarda acesso completo à fundamentação para se manifestar formalmente.